Tessitura 6

Tessitura 6: Série Quem sou eu? e livro Alice no País das Maravilhas

As duas últimas tessituras não fazem parte de respostas a nenhuma das atividades propostas, pois foram postagens criadas por participantes, que acrescentaram outros materiais às discussões propostas no curso. O primeiro foi trazido por Rosa:

Figura 42 – Intermultimidialidade além das atividades – Quem sou eu?

Rosa estabeleceu uma relação de intermultimidialidade, ao apresentar uma nova referência: a série Quem sou eu?[1], produzida pelo programa Fantástico e que, dividida em quatro episódios, abordou a discussão sobre pessoas transgêneras. Um fato que merece destaque é que a série utilizou uma relação de interdiscursividade como fio condutor: as histórias da reportagem são comparadas com a obra Alice no País das Maravilhas, escrita em 1865, por Lewis Carroll.

Destaquei, no texto de Rosa, o seguinte: “Achei bem interessante e acredito que tenha bastante a ver com nosso curso!!!”. Essa opinião indica uma postura de pró-atividade, já que, até então, os diálogos estavam sendo feitos com os textos propostos pelo curso. Há, nesse caso, uma aproximação com as intertextualidades: temática e implícita, no caso da série com o curso, e temática e explícita, no caso da série com a obra Alice no País das Maravilhas.

Esse posicionamento de Rosa vai ao encontro do que preconiza Cláudia Ribeiro (2009), a qual afirma que:

A produção de conhecimento sobre sexualidade, o incitar a falar sobre, as perplexidades frente aos discursos exercem poderosos controles, mas também indicam possibilidades de resistências, instigando a pensar os processos de produção das diferenças, a provisoriedade das verdades, o questionamento dos binarismos, da heteronormatividade, da homofobia. (p. 8).

O Curso Corpo, saúde, sexualidades desempenhou, então, papel importante na contribuição para que os/as participantes tivessem posturas como a de Rosa. Além disso, esse posicionamento demonstrou, ainda, senso crítico que questiona as interações sociais por essas serem marcadas por relações de poder, em meio as quais “a sexualidade não é elemento mais rígido, mas um dos dotados de maior instrumentalidade: utilizável no maior número de manobras e podendo servir de ponto de apoio, de articulação às mais variadas estratégias”. (FOUCAULT, 2014, p. 112). Diante disso, fica a pergunta: será que são só os indivíduos transgêneros que se questionam (ou deveriam se questionar): Quem sou eu?

 

[1] Disponível em: http://especiais.g1.globo.com/fantastico/2017/quem-sou-eu/. Acesso em: 3 jun. 2017.

Tessitura 7: Clipe The Arrow e temática do Curso Corpo, saúde, sexualidades ->