Tessitura 7

Tessitura 7: Clipe The Arrow e temática do Curso Corpo, saúde, sexualidades

Outra pessoa que estabeleceu uma relação de intermultimidialidade foi Azul, com a seguinte postagem:

Figura 43 – Intermultimidialidade além das atividades – The arrow

Azul apresentou o vídeo The Arrow (O Arco)[1], com uma performance dos bailarinos Francis Perreault e Matthew Richardson, contando o surgimento de uma história de amor entre dois homens. Com música do coletivo artístico britânico The Irrepressibles, o vídeo tornou-se uma homenagem às 49 vítimas do ataque que aconteceu em 2016, em Orlando (EUA), à boate Pulse[2], conhecida por seu público LGBTQ+.

Da postagem, destaquei o seguinte trecho: “Oportunamente, compartilho um vídeo de arte, purpurina e tombamento! O vídeo mostra dois homens talentosos que transformam sua história pessoal em uma performance emocionante para enviar uma mensagem poderosa.” Ao utilizar palavras como “arte”, “purpurina”, “tombamento” para se referir ao vídeo, “talentosos” para indicar como são os bailarinos, “emocionante” para caracterizar a performance e “poderosa” como característica da mensagem que clipe quer transmitir, Azul demonstrou a sua opinião e, portanto, deixou marcado o seu posicionamento.

Em relação à intermultimidialidade estabelecida por Azul, entre o vídeo e o curso, ela é interdiscursiva e se assemelha às intertextualidades temática e implícita, já que o clipe aborda um tema que está contemplado no Curso Corpo, saúde, sexualidades: sexualidades. E, mais, o curso buscou questionar as relações de poder que permeiam as sexualidades, já que “o poder está disseminado por todas as partes do mundo social, numa trama completa e heterogênea de relações de poder” (RIBEIRO, 2014, p. 25).

Questionar essas relações permite, então,

refletir de que forma tais práticas passam a se constituir como mecanismos que produzem nossas formas de pensar e de agir, problematizando, questionando, interrogando, perturbando essas práticas, entendendo que não nascemos com nossos pensamentos e ações, mas os produzimos a partir das possibilidades que a nossa sociedade a nossa cultura nos apresentam. (CASTRO, 2012, p. 157).

Utilizando-se da primeira pessoa do plural, o autor supramencionado fez um convite à mudança na forma de ver a realidade e agir diante dela. Uma realidade semelhante a um caldeirão de ideias que reúne: “ideias produzidas a partir do próprio sujeito pesquisador, ideias obtidas a partir do diálogo com outros sujeitos, ideias produzidas a partir de interlocutores teóricos” (MORAES; GALIAZZI, 2016, p. 223). Ideias as quais, justamente por estarem em constante ebulição e processo mudança de estado, permitem-se ser significadas e ressignificadas, como o que busquei realizar ao longo desta pesquisa. E, diante disso, ainda faço mais um questionamento: quais são as tramas que ainda podem ser tecidas a partir de tais (re)significações?

 

[1] Vídeo Gay Acrobats Create Stunning Visual Art – THE ARROW. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=YtnJUS30olE. Acesso em: 3 jun. 2017.

[2] Atirador abre fogo em boate gay em Orlando e deixa mortos e feridos. Disponível em: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2016/06/atirador-abre-fogo-dentro-de-boate-e-deixa-feridos-nos-eua.html. Acesso em: 3 jun. 2017.

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