Curso Corpo, saúde, sexualidades

Em maio do ano de 2016 cursei, como parte da carga horária da minha área de concentração no Mestrado em Educação da UFLA, a disciplina Materiais didáticos e recursos midiáticos digitais, ministrada pelo professor Ronei Ximenes Martins. Como as/os alunas/os podem escolher as disciplinas que cursarão, apesar de a turma ter em torno de 25 estudantes, apenas eu e um colega participamos[1] dessa disciplina. O que foi enriquecedor, tendo em vista que pudemos potencializar o conteúdo da disciplina focado na nossa linha de pesquisa: Gênero e diversidades na educação. E foi o que motivou a elaboração do Curso Corpo, saúde, sexualidades.

Assim, em julho do mesmo ano, elaboramos a primeira versão de uma matriz de design instrucional para esse curso. De acordo com Andrea Filatro (2008), a matriz é um quadro panorâmico que reúne as principais informações para a organização de um curso: objetivos, atividades, conteúdos, ferramentas, avaliação, entre outros. Elaborar a matriz fez parte de uma atividade que propunha conhecer a forma de organização de um curso a distância, conforme demonstra a ementa da disciplina (ANEXO E):

EMENTA: (Síntese do Conteúdo)
Avaliação e produção de recursos didáticos para espaços virtuais de ensino e aprendizagem; Tipos e características; Integração de mídias; Produção de textos e roteiros; Produção de hipertexto; testagem de materiais.
[…]
Unidade II:
Design Instrucional (DI). Funções do designer instrucional e organização de equipes multidisciplinares. Modelo de desenvolvimento. Planejamento: identificação de necessidades, definição de objetivos, caracterização do público-alvo, análise dos objetivos educacionais, definição de estratégias de comunicação para orientar a aprendizagem.
Avaliação e testagem de materiais.
(BRASIL, s/d, p. 1-2)

A partir do que fora proposto para a disciplina, compreendemos a importância do/a design instrucional como um/a profissional que age em instâncias macro e micro para a organização de um curso de EAD (FILATRO, 2008). A sua atuação é voltada tanto para o gerenciamento do curso como um todo quanto para a comunicação entre as áreas pedagógica e técnica, ou seja, para que seja feita a ponte entre o que o/a professor/a do curso pensou e como isso será transposto para um Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA).

No caso da disciplina em questão, não chegamos a aprofundar o estudo sobre as atribuições do design instrucional, já que o nosso foco esteve voltado para o aspecto micro da área, por termos que elaborar uma matriz, apontando como poderia ser proposto um curso EAD. Dessa forma, nós pensamos em uma atividade que tivesse a ver com a nossa linha de pesquisa e daí surgiu a ideia de um curso que reunisse os temas relações de gêneros e sexualidades.

Já na primeira versão da matriz de design instrucional (APÊNDICE A), vimos o potencial que o curso teria, caso saísse do papel e acontecesse efetivamente. Contudo, ser realizado e não ser analisado também seria um desperdício. Assim, eu decidi, junto com as minhas orientadoras, ter o curso como corpus da minha pesquisa. E, como eu já pretendia analisar relações de intertextualidade/interdiscursividade, trouxe esse foco para a presente pesquisa. Neste capítulo, descreveremos o curso como um todo, desde o seu planejamento, até o seu término. No próximo capítulo, enfocaremos as relações intermultimídia originadas do curso.

 

[1] Diferentemente do capítulo anterior, neste capítulo, em algumas construções frasais, utilizarei a primeira pessoa do plural, tendo em vista a necessidade de descrever ações praticadas por mim juntamente com o colega Vinícius de Carvalho ou, ainda, com as/os participantes do curso.

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Atividades virtuais ->
Encontros presenciais ->
Reformulação do curso ->