Conforme previsto no design instrucional do curso, a fim de serem cumpridas as 10 horas presenciais, ele contaria com dois encontros, os quais aconteceram, nos dias 4 e 25 de março, das 8h às 13h, no Anfiteatro do Departamento de Ciências Humanas (DCH) da UFLA. Para a divulgação dos encontros presenciais, foram criados dois eventos no Facebook, a fim de convidar os/as participantes do curso. Utilizei, para isso, artes específicas para a criação de dois posts, que mantinham a identidade visual com todo o material elaborado para o curso e que foram postadas no Facebook a fim de chamar atenção e despertar o interesse dos/as participantes do curso para que comparecessem aos encontros:
Figura 18 – Artes para divulgação, no Facebook, dos dois encontros presenciais do Curso Corpo, saúde, sexualidades
Figura 19 – Imagem das páginas do Facebook com a divulgação dos dois encontros presenciais do Curso Corpo, saúde, sexualidades
Ambos os encontros foram fotografados e filmados, a fim de manterem-se os registros das atividades[1]. Contudo, as pessoas não serão identificadas[2], conforme explicitado no projeto enviado ao Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da UFLA, que autorizou a pesquisa, por meio do Parecer Consubstanciado número 1.873.060[3] (ANEXO H).
No dia 4 de março, aconteceu o 1º Encontro Presencial, que contou com a presença de dez participantes do curso, além de nós, que coordenamos. Após dar as boas-vindas e perguntar o que as pessoas esperavam do curso, aconteceu a Dinâmica do Face, que consistia na interação entre os/as participantes, a partir de cartões que eles/elas sorteavam, com os ícones dessa rede social. Assim, primeiramente, uma pessoa recebeu o cartão “No que você está pensando sobre o Curso Corpo, saúde, sexualidades?”; depois de ela responder, outra pessoa sorteou uma reação e comentou se estava sentindo aquilo em relação à resposta anterior ou não. E assim, sucessivamente, todas as pessoas foram sorteando cartões e interagindo, por meio dos ícones do Facebook.
Figura 20 – Imagens da Dinâmica do Face, no dia do 1º Encontro Presencial do Curso Corpo, saúde, sexualidades
A escolha por essa atividade foi feita para que se pudesse mostrar como as relações virtuais estabelecidas por meio do Facebook podem acontecer também no mundo real. Além disso, escolheu-se realizar essa atividade em um espaço aberto, para propiciar mais interação entre as pessoas participantes. Apesar de o encontro ter sido marcado para acontecer no anfiteatro, procurou-se, em ambos os encontros, realizar atividades fora desse espaço fechado, por entender-se que o lugar também funciona como limitador dos corpos. Notou-se que, ao ar livre, as pessoas de descontraíram mais e participaram mais ativamente das atividades, do que sentadas nas cadeiras do anfiteatro.
Em seguida, o outro coordenador realizou uma explanação sobre o texto utilizado na Atividade 1.1, procurando discutir com os/as participantes a forma como o corpo foi visto ao longo da história e como ele é representado na sociedade, atualmente. Passou-se, então, ao café partilhado, que se seguiu às apresentações em grupo, conforme solicitado pela Atividade 1.4. Dois grupos realizaram a apresentação, enfocando os conceitos de corpo, saúde e sexualidades, além de trazerem outras referências relacionadas à temática. Falarei sobre isso, com mais detalhes no capítulo 3.
Figura 21 – Apresentações da Atividade 1.4, no 1º Encontro Presencial do Curso Corpo, saúde, sexualidades
Depois que o grupo discutiu sobre as apresentações, relatando como os trabalhos refletem o que é visto culturalmente, seguiu-se para a atividade de encerramento, chamada de Jogo da pérola. Para realizá-lo, o grupo foi dividido em pares, sendo uma pessoa a pérola e a outra a/o guardiã/ão, deixando algumas pessoas sem pérola. A pérola ficou na frente da/o guardiã/ão, sentada. Quem não tinha pérola, teve que roubar a pérola da outra pessoa, piscando-lhe o olho. E a/o guardiã/ão, para proteger a sua pérola, teve que a agarrar, antes que ela fugisse para outra pessoa. Ao final, discutiu-se sobre como esse jogo representa as relações entre corpos que vê-se na sociedade e as relações de poder e dominação que algumas pessoas pensam ter sobre outras.
O 2º Encontro Presencial, que também foi o último, aconteceu no dia 25 de março, contando com a presença de sete participantes, além de mim. Como o outro coordenador não pôde participar, ele gravou pequenos vídeos, os quais eu passei ao longo das atividades. Iniciou-se com uma atividade chamada É hora de improvisar, que consistia em os/as participantes terem que inventar uma história, utilizando objetos e palavras contidas em uma caixa. À medida que eu mostrava as palavras ou os objetos, as pessoas iam narrando e, a cada três objetos/palavras, uma nova pessoa continuava.
Figura 22 – Imagens da atividade É hora de improvisar, no dia do 2º Encontro Presencial do Curso Corpo, saúde, sexualidades
Em seguida, passar-se-ia à apresentação fotográfica da proposta pela Atividade 4.2. Contudo, nenhuma das pessoas presentes realizou a atividade. Dessa forma, seguiu-se para a Dinâmica da Representação, em que os/as presentes tiveram que mostrar, em um cartaz, a forma como o seu corpo é visto e age em sociedade, considerando os conceitos de saúde e sexualidades. Antes, porém, eles/elas foram divididos em dupla, depois de receberem um chocolate, o qual deveria ser utilizado para se agruparem. Contudo, não havia chocolates repetidos e elas/eles tiveram que encontrar uma forma de identificarem afinidades. O objetivo dessa rápida atividade foi mostrar que a identificação com o/a outro/a não advém somente de similitudes, mas de uma série de subjetividades. Após essa organização em duplas, cada um/a apresentava a representação do/a seu/sua colega. E, depois de cada um/a falar sobre o/a outro/a, pedi que cada um/a falasse se a descrição do/a colega correspondia ao que a pessoa quis expressar e promoveu-se uma discussão acerca disso.
Figura 23 – Imagens da Dinâmica da Representação, no dia do 2º Encontro Presencial do Curso Corpo, saúde, sexualidades
Em seguida, propus que as/os participantes se organizassem novamente em duplas e pensassem em como dariam uma aula a partir de um recorte da temática do curso, descrevendo, por meio de um cartaz com imagens/palavras, como e para quem dariam essa aula.
Figura 24 – Cartazes sobre as aulas propostas pelas duplas, sobre um recorte da temática do curso, no dia do 2º Encontro Presencial do Curso Corpo, saúde, sexualidades
Ao longo desse encontro, exibi quadro pequenos vídeos do outro coordenador: um de boas-vindas, um explicando a Dinâmica da Representação, um tratando sobre sexualidades e o último sobre HIV/aids. Após este, realizei a última atividade do encontro, chamada O que você faria?, dando continuidade à atividade anterior, apresentava situações possíveis relacionados ao tema do curso, que as/os participantes poderiam vivenciar em sala de aula. Assim, elas/eles precisam dizer o que fariam diante de cada situação: discriminação de alunos/as e/ou professores/as homoafetivos/as, transexuais ou com HIV/aids; suspeita de violência sexual contra aluno/a; entre outros.
Essa era, então, a culminância do objetivo relacionado a todas as outras atividades do curso. Começou-se com improvisação, sem saber como e o que utilizar para criar uma história e, ao longo do encontro, discutiu-se sobre elementos que contribuíram para se tratar sobre a temática de relações de gênero e sexualidades. Assim, problematizou-se, ao final, sobre a necessidade de uma formação docente que prepare os/as futuros/as professores/as para situações as mais variadas que podem acontecer em sala de aula. E, em muitos casos, há necessidade de improvisação, a qual pode ser auxiliada por um estudo prévio, o que deve ser buscado por cada licenciando/a e pode ser oferecido por meio de cursos como o Corpo, saúde, sexualidades.
Antes do término, os/as participantes responderam a uma avaliação final (APÊNDICE G), em que a identificação era opcional, e na qual foi pedido que avaliassem a própria participação e o curso de modo geral. As sete pessoas presentes se dispuseram a responder à avaliação, das/os quais quatro participantes se identificaram e três não o fizeram. A seguir estão compiladas as respostas, cujos gráficos encontram-se no APÊNDICE H. Tais materiais empíricos serão analisados no próximo capítulo.
O questionário final, cujas respostas estão compilados no quadro anterior, procurou reunir a opinião dos/as participantes do segundo encontro presencial sobre o curso de modo geral e a participação individual nas atividades. Nota-se, por meio do material empírico, que a maior parte das pessoas considerou a sua participação e o curso como bons. Mas isso será tratado de modo mais detalhado no próximo capítulo. Além dos itens objetivos, os/as participantes poderiam fazer comentários e dar sugestões, os quais também serão analisados no capítulo terceiro:
- Comentários
O curso está sendo para mim de grande valor epistemiológico de estudo para o contexto atual que vivemos. (Comentário 1).
Final de semestre letivo cortado por greve foi um elemento inibidor de minha participação mais efetiva. (Comentário 2).
Amei o curso, foi uma experiência fantástica. (Comentário 3).
Contribuiu muito para o meu aprendizado. (Comentário 4).
Me senti super tranquila nas atividades pela liberdade transmitida por todos. (Comentário 5).Sugestões
Realizar mais cursos com as temáticas abordadas neste; e outras também. (Sugestão 1).
Poderia usar o email institucional para enviar as atividades. (Sugestão 2).
Estabelecer como atividade expor sua participação (digo, nossa) no curso em sala de aula e convidar outros colegas para participarem dele. (Sugestão 3).
E, encerrando o encontro, exibi um vídeo com a música True Colors, composta por Tom Kelly e Billy Steinberg, que ficou conhecida pela interpretação de Cyndi Lauper. No vídeo, crianças de várias etnias cantavam a música e brincavam com tinta em pó. Um trecho dessa música marcou, ainda, um cartão de agradecimento que entreguei aos/as participantes, ao final do encontro.
Figura 25 – Cartão entregue as pessoas presentes no 2º Encontro Presencial do Curso Corpo, saúde, sexualidades
Conforme citado anteriormente, no meio da realização do curso, identifiquei a necessidade de reformular as atividades do curso, sobre o que tratarei a seguir.
[1] Para registrar os encontros presenciais, contei com a colaboração de Shirley Dau, a quem reitero meu agradecimento.
[2] Mesmo sabendo que não seriam identificadas, as pessoas participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE (ANEXO F), e o Termo de cessão para utilização de produção textual, imagem e som de voz (ANEXO G). Ambos os documentos, assinados por cada um/a dos/as participantes, encontram-se arquivados comigo.
[3] O Parecer Consubstanciado número 1.873.060 (ANEXO H) tem por base o Parecer Consubstanciado número 1.836.767 (ANEXO I), que solicitou alterações na primeira versão do projeto submetido à aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos, por meio da Plataforma Brasil (http://aplicacao.saude.gov.br/plataformabrasil/login.jsf). A tramitação do processo começou com o envio do projeto (ANEXO J), no dia 3 de novembro de 2016, e terminou com o Parecer Consubstanciado número 1.873.060 (ANEXO H), emitido no dia 15 de dezembro de 2016.